A primavera é a estação do ano mais colorida, a que mais convida a passear pelos parques e uma das mais encantadoras para nossos sentidos!
O olfato se exalta com o perfume das flores! E quem nunca provou o sabor de uma delas?!?
Nossos olhos podem contemplar o colorido das paisagens primaveris e os pássaros fazem melodias para quem quiser ouvir! Nossa pele se arrepia com o ventinho tão comum desta época e nosso humor tende a melhorar…
Mas, como diz o ditado, nem tudo são flores…
Com a chegada da primavera, a umidade relativa do ar sobe um pouco mas ainda é baixa. Como as variações de temperatura são constantes, existe grande liberação de pólen ocasionada pelo desabrochar intenso das flores e, além disso tudo, este clima ainda é propício à proliferação de fungos e ácaros.
Este conjunto de fatores predispõe ao surgimento de quadros frequentes relacionados ao trato respiratório, como rinite e asma.
Outras patologias como conjuntivite, roséola, catapora, caxumba, sarampo também são mais prevalentes neta época do ano.
RINITE ALÉRGICA
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 30% da população mundial apresenta algum tipo de alergia e algo em torno de 20-25% da população brasileira apresenta rinite alérgica.
A rinite é a alergia mais comum nas crianças, atingindo cerca de 30% delas.
Alguns sintomas comuns, sugestivos de algum processo alérgico se iniciando, são: obstrução nasal, coriza, espirros, coceira na garganta, olhos e nariz, olhos vermelhos e lacrimejando e dores de cabeça.
Também é comum sentirmos nossa pele mais ressecada, até com eventuais rachaduras, pela ação dos ventos.
Deixo aqui para vocês algumas dicas para prevenção e/ou amenização dos sintomas:
– umidificar o ambiente (umidificador, bacias de água, toalhas umedecidas penduradas);
– beber bastante água;
– hidratar as narinas com soro fisiológico;
– limpar a casa com pano úmido, evitando varrer;
– usar aspirador de pó com filtro adequado;
– evitar produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa que tenham cheiros fortes;
– evitar objetos que acumulem poeira como bichinhos de pelúcia, livros amontoados, almofadas, cortinas, tapetes, carpetes;
– arejar bem os ambientes e deixar o sol entrar o máximo possível, diminuindo mofos e ácaros;
– evitar cobertores e roupas de lã;
– não usar travesseiro de pluma (origem animal);
– aspirar o colchão ou usar capas impermeáveis;
– sempre lavar as roupas novas ou aquelas guardadas há muito tempo;
– usar sabão neutro para lavar roupas e lençóis e evitar amaciantes;
– manter ar condicionado higienizado;
– usar protetor solar e hidratantes adequados tanto para o tipo de pele quanto para idade.
Todos os cuidados valem para qualquer idade, mas ressalto que a pele e as vias aéreas de bebês e crianças pequenas são mais delicadas e, portanto, mais sensíveis às intempéries climáticas.
Evitar expor os pequenos a ventos fortes, ambientes muito secos ou com temperaturas contrastantes são boas medidas de prevenção.
Se forem se expor, não esqueçam da proteção (filtro solar, chapeuzinho), hidratação e alimentação adequadas.
Em tempos de pandemia, alguns quadros alérgicos podem ser confundidos com quadros gripais e também Covid-19.
Alguns sintomas de alerta são: febre, tosse , dificuldade para respirar, dor, entre outros.
Na menor dúvida, procure sempre a orientação do médico de sua confiança.
E as máximas de evitar aglomerações, usar máscara e a boa higienização das mãos seguem valendo!
Texto: Carla Falsete
Médica Otorrinolaringologista
CRM 101843 | RQE 71523