“Descobri uma força que não sabia que tinha”, diz mãe ao parir gêmeos

Relato do parto normal de gêmeos

24/07/2020

Quando descobri que estava grávida foi uma alegria imensa e uma grande surpresa quando fiz o primeiro ultrassom com o papai C. e vimos que fomos abençoados em dose dupla e seriam gêmeos!

Vários sentimentos surgiram ao mesmo tempo, felicidade, gratidão, insegurança da primeira gestação, medo… será que vamos dar conta? e o parto, como vai ser?

Então começamos  a pesquisar sobre as possibilidades e os tipos de parto que seriam mais seguros para gêmeos.

Na minha cabeça sempre pensei em parto normal quando fosse a minha hora, pois minha vó, mãe e irmã também tiveram seus filhos assim, e já sabia os benefícios para a mãe e o bebê.

Mas será que poderia ser assim com gêmeos?

Com indicação da minha cunhada, chegamos na Casa Moara, com uma médica incrível e muito experiente que nos trouxe muita segurança para a possibilidade de acontecer um parto normal e humanizado de gêmeos. Mas claro, caso fosse necessário, também já estava preparada para uma cesárea, afinal o mais importante era a minha saúde e das minhas bebês.

Me preparei bastante durante a gestação, fiz fisioterapia e acupuntura que me preparou fisicamente tanto para carregar o barrigão quanto para o parto.

As semanas foram passando, a barriga crescendo e chegando mais perto do dia de conhecer elas. Tudo indo bem, as duas já estavam posicionadas de cabeça para baixo e ganhando peso certinho.  Somente a diabetes gestacional controlada com a alimentação que estava meio descompensada no final. Então, quando cheguei nas 37 semanas,  a obstetra falou que o mais seguro no meu caso, era esperar no máximo até 38 semanas.

Mãe fazendo contato pele a pele com os gêmeos (Fotos: Katia Ribeiro)

Já fazia semanas que o meu tampão tinha saído e estava com cólicas e contrações leves, mas que não tinham ritmo. Estava indo toda semana na médica para fazer massagem para preparar o colo do útero.

Já estava com  5 cm de dilatação e nada. As meninas não queriam sair do forninho.

Na madrugada de sexta-feira, comecei a sentir as contrações mais fortes frequentes mas muito espaçadas. Então a médica avisou para irmos para a maternidade para entrar com a dose mínima de ocitocina para ajudar entrar em trabalho de parto ativo.

Chegou o grande dia, uma sexta feira linda de sol e céu azul. As contrações ficaram ritmadas e o trabalho de parto iniciou de verdade, a primeira bolsa foi rompida e logo entrei na fase ativa do trabalho de parto. Agora sim realmente percebi o que eram contrações com dores intensas. Fiquei grande parte no chuveiro, sentada na bola de pilates para aliviar.

Não vou esquecer o que a minha obstetriz (parteira) falava “pensa que é um trem que chega na estação, mas ele vai embora”. Ainda bem existem esses intervalos entre as contrações para dar uma recuperada.

 

Meu marido lindo comigo o tempo todo e muito parceiro me apoiou no momento da maior dor e minha doula me ajudou com massagem e palavras de coragem e calma.
Quando cheguei nos 7cm de dilatação, fiz a dose mínima de anestesia, para mim foi bem importante sentir esse alívio e conseguir descansar um pouquinho para me recuperar para o que ainda estava por vir. Depois de algumas horas, a anestesia já estava passando, cheguei nos 9/10cm de dilatação. Era agora! Chegou a fase expulsiva. Fiz alguns exercícios de agachamento e andei pela sala.

Saiba mais sobre parto gemelar clicando aqui.

Naquele momento descobri uma força que não sabia que eu tinha. Fui para a banqueta, meu marido me segurando, a obstetriz, a médica, e a doula me dando a maior força para não desistir.

Depois de algumas forças a minha pequena M. chegou ao mundo as 20h30. Logo foi para os meus braços para fazer o contato pele a pele. O pai cortou o cordão. Que emoção!Ela chorava e nós também. Depois de mamar e ficar um tempinho no meu colo, entreguei a M. para o papai, pois tive que voltar ao foco que ainda tinha a minha segunda pequena para nascer.

Logo que a bolsa da segunda foi rompida, as contrações vinham e a força também. Após quase uma hora, a I. chegou ao mundo, as 21h22 olhando para a mamãe. O olhar mais lindo e emocionante que já recebi, logo que nasceu a obstetra me entregou e ficamos grudadinhas. Depois o papai me entregou a M., cortou o cordão da I. e as duas ficaram no meu colo, mamaram e tivemos o nosso momento mágico e inesquecível.

Somente depois de todo esse contato comigo e o pai, elas foram examinadas, pesadas e etc. Desde então nunca mais ficamos longe, fomos todos juntos para o quarto.
Essas foram as 8 horas mais intensas e emocionantes que já vivi.

Esse foi o relato mais lindo que já escrevi na minha vida. Quando olho as fotos perfeitas que a fotógrafa fez, lembro de cada instante, me emociono e percebo a força que nós temos e que as vezes não colocamos em prática no dia dia por medo e insegurança, mas quando viramos mãe essa força vem.

Compartilho aqui a minha experiência para encorajar as mulheres e para as minhas pequenas lerem no futuro a forma tão linda e humanizada que chegaram ao mundo💛

Eu e o meu marido agradecemos o apoio de toda equipe que fez parte do momento mais emocionante de nossas vidas. Trouxeram as nossas preciosidades de forma segura e responsável para esse mundão.

Em especial  a obstetra com sua calma me deixou tranquila em todos os instantes desde a primeira consulta até o parto e me apresentou essa equipe incrível.

Obrigada!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *